terça-feira, 18 de setembro de 2007

sonho

Tive um sonho
Sonhei com um rio
O rio seguiu o seu caminho
Como eu terei
A árdua tarefa de seguir o meu
Neste sonho em nada pensava
Em nada reflectia
Admirava somente
Aquela tranquilidade
O som da água
Senti uma paz dentro de mim
Flutuava no meu sonho
Os olhos fexados
Mil imagens
Mil cores
Era um sonho
E eu sabia-o
E por isso era perfeito
Neste sonho não sofria
Não chorava
Simplesmente não pensava
Admirava o sol
Este aconchegava-me
Era um conforto imenso
Uma paz inexistente
E eu sabia-o
Só tinha medo de acordar...
E voltar...
Eu não queria voltar
O sonho era tão bom
Neste sonho a felicidade existia
Não era só uma expressão
Não era uma ilusão
Eu era feliz
sozinha...
Perto do rio
Com o sol
Estava com Deus
Deus era o barulho do rio
Era o calor do sol
Era o paraíso

Ai, ai sonho que és
Meu refúgio de Dor
De vida.
De palavras verdadeiras
De realidades duras
De vida social, hipócrita
De calamidade
De coisas certas
Coisas! Coisas! Coisas!
Só isso e mais nada!
Há sonho que és meu refúgio
De vozes irritantes
Pensamentos lógicos
Morte
Choros de inocentes
Olhares vazios
Gentes de plástico
De Lixo
Este Lixo do mundo
gentes...
Há sonho que me deixas ouvir
Teus suspiros
De passarinhos de volta aos seus ninhos
De vento fresco e doce
Neste sonho não amo
A ninguém
Não quero
Não possuo
Não faço
Só aprecio esta felicidade
Que não é só expressão
É uma felicidade que toco
Quando mergulho
A minha mão na água fresca
Quando respiro este ar puro
E não industrial
Sonho, sonho
Lindo
Apaziguas-me
Matas estes sentimentos
Repugnantes, desta vida
Que nem uma ideia é
Ai, porque não nasci
Borboleta ou Formiga
Para não ter que aturar
Estes pensamentos incolores
Ai sonho que és meu refúgio
Porque tens de acabar?

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