terça-feira, 18 de setembro de 2007

estandarte

Sou um degredo
Um não existir sucateiro
Uma cápsula magenta
Em declínio
Desaparece, desapareço…
Morro
Vivendo, dormente
Sem solo, sempre…
Sou mil raios solares
Sem inicio ou metamorfose
Sou a Mancha pólvora do mundo
Da comida, sem gosto
Sou comida fria
Rastejante
Sem oceano ou Maldivas
Isto tudo para dizer, que sei ser nada?
Talvez o nada seja tudo!

Há quem me oiça
E pense
Que canto o desgosto de mim
Do que sou
Enganam-se!
Raposas pretas
Sei o que sou
Gosto-me
Neste mundo mais nada
Me é relevante
Estou só
Mesmo em companhia
Meu único consolo
É o meu amor
Pelo ser que sei ser
Os outros são meros cegos de alma
Escravos do lixo
Que trazem entranhado nos seus corpos
Estão vincados no mundo
Mas de mãos no chão
E pés no céu
Prestes a serem sugados
Pelo xeque-mate da serpente, vida…

Sei o que sou
O que sinto ou vomito
O xeque-mate a mim
Já não me lambe os olhos do coração
Há muito que os fechei
Num tesouro
Embrulhados em
Cerejas e pedras

Estou finalmente
Noutra face
Está finalmente em mim inerente
Um novo olhar
Um intelecto sofredor
Sanguinário
Mas o amor, por mim não cessa
É o cálice de meu viver
Só isto me importa

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