terça-feira, 18 de setembro de 2007

o cheiro do mar

Hoje cheira a mar
Hum… como cheira a mar
Sinto-me mar, devo dizer
Este mar apazigua-me
Como sempre
Deixando trevas e arvoredos escuros
Olhares ensanguentados de lágrima
Porque cheira a mar
Cheira a falésia
O vento abraça-me
Percorre-me os músculos
Percorre-me todos os dedos
Todos os poros
Todas as partículas deste corpo cansado

Anda vem sentir deste mar
Que adormece teus receios
Vislumbra esta natureza
Que sem palavras ou porquês
Te levita
Te faz dançar com beijos suculentos
Anda vem…
E fecha a Porta!
Anda vem daí
Toca neste mar
Gelado de calor
Quente de maravilha
Respira este mar imenso
Anda vem comigo
Dá-me a tua mão
Vem, vamos submergir neste mar
Sem fim…
Vem sentir a nostalgia cromática
Só aqui a sentes assim

Como a sinto aqui
E gosto dela
Bem tão raro
Mar… como me acalmas
Os sentidos negligentes
Os pensamentos egoístas e grosseiros

Hoje cheira a carícias
Que dançam com a pele dos meus lábios
Hoje cheira a vento irrequieto
Que dança com as ondas
E me dão a conhecer os seus silêncios
De um paladar aguçado
De sereias de corpos celestes
De espelhos de alma latejantes
Anda vem comigo
Sentir a paz de areias e mares
De vento frio agradável
Onde os meus cabelos dançam
Ao sabor dos seus braços
Percorrem-me o corpo
Desde os pezinhos areados
Subindo, subindo
Pele a pele
Do umbigo
Aos seios
Às pálpebras
À respiração dos meus olhos
Como se penas suaves me tocassem
Saboreando a minha alma
Levando-me à emancipação
Onde chego às estrelas cintilantes
E morro com um sorriso

Anda vem comigo
Vem e traz um brilho nos olhos
De um aroma de tacto
E de sombras de um pôr-do-sol

Aqui sabe a paz, cheira a mar
Ouve-se as gaivotas Livres
Aqui sinto a natureza
Sinto Deus
E um breve suspiro de lágrimas secas
Aqui sinto na ponta dos dedos
O novelo da essência da Vida.

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