quinta-feira, 3 de setembro de 2009

bosque encantado


Tenho as mãos cansadas
O peito e os olhos
Os sentimentos esgotaram-me o ser
Os músculos já não contraem
A tristeza veio e comeu-me o coração
Agora olhos em espasmo sou
A saliva implodiu e a língua secou-me

É que amo um ser que odeio
O Ser Humano…
Criatura insolente e egoística!
Mas nos fundo um sorriso…
As pessoas são o ser mais desprezível que existe
Mas a verdade é que sem elas a vida não tem palato
É como uma rosa espinhosa sem fragrância

Vezes sem conta vejo-me perdida no meio de um cardume
Rodo e rodo e rodo e rodo
As mãos não alcançam a compreensão
E engolida sou, pelo veneno Cobra Mundo

Nasci e já destinada tinha uma faca para me matar
Fui criança, cresci e olhei pela primeira vez nos olhos do humano
Vi-o e disse: que venha a faca, que eu deste ser não quero beber
A faca veio então, matou-me o corpo baço
Mas deixou-me a alma para a eternidade

Assim tornei-me num fantasma…
Preso a uma vida que não quer viver
Alimento-me de utopias e lágrimas
Sou um corpo separado da alma
Um quebra-nozes sonhador
Unitário, peculiar e por isso infeliz
Vivo num bosque encantado
O meu melhor amigo é um duende verde
Sou uma criança que acredita nas fadas mágicas dos sonhos
E quando acordo, choro por serem só sonhos



Papá protege-me com um abraço!
Mas que dizes criança?
Tu não tens pai, nem protector…
Tu és um fantasma preso
Olha à tua volta poeira! Acorda e vê!
És órfã de amor.