quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

masoquismo doce


Suor
Letra enraivecida
Sono, sono…
Irei sempre ser esta demência e morte
A tristeza será sempre minha eterna amada
Amante…
Por mais que a felicidade
Esteja presente
Irei sempre desejar framboesas com alcatrão
Amor com divagação
A ansiedade está adormecida
Mas não esquecida
As lágrimas para sempre
Escorregaram por entre sorrisos e brincadeiras

No fundo amar-te-ei sempre
Solidão
Amarei sempre
O meu sem chão
Amarei sempre as lágrimas
Intrínsecas aos meus olhos

Algo em mim mais potente
Buscará eternamente esta alienação
Esta escuridão
Serei louca?
Poucas dúvidas me restam disso
Será impossível dizer
Que em todo o meu ser
Sou feliz salivando esta tristeza?
É estranho este facto… não compreendo
Mas sabe-me tão bem
Aquela minha falta de chão
As viagens a mundos, longínquos, surreais…
Onde só vejo respiração e pétalas de alma
Onde vejo lembranças, episódios, pegadas
Flores, madrugadas
Onde voo
Cada vez mais, cada vez mais alto, cada vez mais longe
Sozinha…
Para sempre feliz, me amando
Eu, a tristeza e a liberdade

Para sempre o sangue
Espalhado com a erva fresca
Para sempre a lua abraçada ao meu sol
Para sempre frio
Frio que amo
E que só eu o me aqueço
Para sempre os momentos
Sem pessoas, sem cidade
Sem almas, sem razões
Sem verdades ou mentiras

Simplesmente eu
Gaivota livre
Para sempre mancha neste mundo
Onde o nada é nada
O tudo é nada
Para sempre eu, o meu quarto fechado
A noite e a musica…
Rolando, rolando
Em sonhos e energias
Dançando ao vento
Em rosas, cadáveres e orquídeas

Para sempre o sal e o picante
A balança do esquecimento
A balança sem equilíbrio
O mármore e o algodão, fazendo amor…
Para sempre o meu todo
De cabeça para baixo
Suspiros e ansiedade pesada
Gosto-vos!
Não o nego mais
Sou isto para sempre

Para sempre morte, para sempre feliz
Para sempre louca, incompreendida…
Para sempre o mais belo dos frutos
O mais amargo dos sabores