terça-feira, 19 de maio de 2009

Dedos nos lábios

O dia já nasce
Os passarinhos começam cantando
E cheira a saudade
Esta saudade é estranha e insolente
Cheira a saudade do tempo dos poemas esquecidos
Cada palavra é significado
Sinto falta daqueles pensamentos
Onde os cravos negros são! Mas não deixam por isso de serem cravos
Liberdade, desgosto, liberdade, dor, liberdade, paixão, desilusão mas liberdade
Sempre … já não sinto essa liberdade negra, tenho-a mas não lhe sinto o paladar
Parece que me esqueci de mim mesma
Triste sou, já nem a Deus sinto
Já nem sinto o toque de Cristo em meu ombro desamparado
Parece que a felicidade veio audaz e roubou-me os sentimentos
Não consigo escrever a felicidade
É como se o gosto da amora silvestre só tivesse sabor quando esta é escura
Será normal um ser humano não se inspirar com a felicidade?
Só a dor é suficientemente intensa…
Ai que farta estou destes esguichos de gatos assanhados
Que me rasgam o toque do pensamento mais profundo
E me roubam a alma
Rotina maquiavélica e quotidianos de chicote
Que me bates, me arrancado a alma
Como se me arrancasses a carne

Quem sou eu? Outra vez…