sexta-feira, 18 de abril de 2008

cinza...

Um preto cinza, é o que sou agora…
Não sou nem felicidade pura, nem tristeza pura
Sou medo não o querendo
Sou negativismo não o querendo ter
As ondas da vida são mais pequenas e medíocres
O meu choro é calado e brando
Por mais que a tranquilidade me domine em momentos alguns
Permaneço com o meu fado que aprendi a amar
Agora é parasita entranhada, para todo sempre
Ou até um dia em que as forças me esgotem na totalidade
E morra vegetal

Lá estou eu novamente a falar em morte e diarreias cerebrais
Agora há amor e sorrisos
Preocupações, leves, quotidianas
Mágoas pela natureza deste mundo
Dor pela imagem da doença e da fome de quem as sente
A mim existem, agora, os embalos das fadas mágicas
Que me mergulham em esperança e me besuntam com equilíbrio
O ar estagnou, já não dói como facada profunda
No entanto lá vem o fado
Me fazendo sentir perdida em tanta realidade
Onde os sonhos mágicos e transcendentais
Só me assopram no meu sono
O receio desta vida básica e pouco preenchida
É teimoso no ventre receoso do meu ser
Os livros já não bastam para os meus olhos
Pois neles inerente esta, o desejo…
De novos céus que puxam em brutal força
A visão lânguida por novos mundos, cores e sombras
Pedras em flor, vidraças em fogo
O surreal…

Mas… gosto desta calma sorridente
Desconfio dela e amedronto-me inclusive
Mas… quero-a
Quero sim este paladar de sussurros apaziguadores
Que me zumbem ao ouvido, contando-me histórias, belas, mil
Onde o mel era dado aos ambiciosos e senhores do poder
Estes deliciavam-se
E com mel se contentavam
Acabava as mortes inocentes e seus olhares em flor
Se tornavam

As minhas mãos já não tremem com medo dos tubarões
Mas até quando?
Eles perseguem-me… sei bem
Porem serei forte
Já sinto o sopro do positivismo