segunda-feira, 5 de setembro de 2011

03:55

E tudo é limpo
Um lago fundo de eternidades de sonhos
Sonhos baços pelo tempo
Sonhos esquartejados
Sobejam os restos
Onde não és, mas estás, vais estando
Estanque
Pedra paralisada

Sonhas-te em ser um coral em mutação
Assassinaram-te? Ou suicidaste-te?
És limpo, estás limpo de tudo o que desejas-te
Findou-se o cheiro da tua áurea de ambulante
O vosso corpo apagou o vosso destino de ambições
Pediram um sorriso por dia
Receberam um meio

No meio dos pincéis encharcados de tintas tantas
Puseste os dedos e a boca cavando uma réstia do…
Desse sonho de sono desperto
Sentiste amarelo azedo, azul negro, rosa murcha,
Porém…
Viste, viste… viste! Vermelho luta! Laranja sol!
Castanho berimbau! Verde talvez esperança…
Lilás amor teu, meu, nosso, vosso, deles e delas
Viste uma hipótese
Mas tudo sempre te pareceu tão remoto
Que morreste vivendo,
Procurando estar no ventre de uma tulipa
Para poderes espreitar para fora dela, com um só olho
E veres, o início da felicidade mentirosa
Uma frígida mentira, uma calorosa emoção