terça-feira, 18 de setembro de 2007

ânsia



Falta-me algo, não sei o que é mas falta-me um sentir jamais visto. Estou enjoada da cadeira onde me sento, do que vejo, do que oiço, do que toco. Sinto-me enjoada de ti, daquele, de tu ai, do outro. É uma ânsia de algo desconhecido, penso. Não sei o que possa ser, não sei se é sentimento, pessoa ou coisa. Só sei que sinto esta ânsia roedora da minha alma. Ratazana feia e macabra. É uma ansiedade, não de mim, de algo que me faz ver paredes brancas vazias, vácuos silenciosos mas de grito. Que quero? Que não sei o que possa ser? O nada não é, nesse já eu habito e aceito. As agulhas picam-me o coração, magoa tanto, mas o que magoa mais é não saber o que me falta nem que ar quero respirar. Dores de cabeça, essas não me largam e um respirar doloroso que vem dum fundo tão profundo, não sabendo porquê tal estado de alma. Não sei o que procuro, nem o que desejo. Mas cansa-me este respirar, de toneladas de peso, puxado por uma corda rija rompendo a pele das minhas mãos. É tão pesado este nada saber, esta pergunta permanente. O que procuro? Sem mesmo procurar?

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