terça-feira, 18 de setembro de 2007

Mar negro

Flutuo num mar imenso
Sem fim, sem principio
Flutuo num mar
Criado para mim
Este mar é desigual
Especial, tão gigante…
Flutuo à deriva neste mar
Este mar é unicamente
Meu sofrimento
Flutuo num tormento incessante
Não sei onde começa
Só sinto que não acaba

Nunca me afogo
Este sofrimento não me mata, não me afoga
Tortura-me…
Para todo o sempre
Por mais que implore
Não me mata
Sou o alimento de sua sobrevivência

Sinto mil estacas
Permanentes no meu peito
É sempre a mesma dor
Não são meras estacas, tão vivas
Cúmplices deste mar negro
Às vezes o sofrimento, roda-as…
Para que doa mais
E a carne sai um pouco
Todos os dias
Horas
E anseios
O sangue não coagula
O sangue não seca
É torneira aberta
Todos os dias gotas e gotas mais

Não sei mais o que sou
Não sei mais que fazer?
Em quem confio
Ninguém me ama verdadeiramente
Ninguém sabe quem sou
O que sou
Os pés estão assentes na terra
Porém a mente corre à deriva
Meus olhos gritam
Nada vêm realmente
Gritam, gritos sem termo
Sou nada
Para coisa alguma ou alguém
Só a mim me resta
Eu comigo
Flutuando aqui…

Sem comentários: