quarta-feira, 19 de setembro de 2007

rosas vermelhas


Serei eu merecedora de tanto?
Nasço…
Deparo-me com o macabro mundo
Desde que vi a luz até hoje
Enfrento a mais pura das verdades
A dor
Sei o que é a alegria
Mas a felicidade sempre me foi ausente
Nem acredito bem na sua existência…
Habituei-me inclusive à sua inexistência
Nada queria
Nada amava
A desilusão estava patente
Amor era palavra não encontrada
Em mim…
A solidão estava-me abraçada
O desgosto era dos meus maiores anfitriões
Só a mim me tinha
Só a mim me amava
Só a mim eu confiava
O resto era restos de algo
Resto de pouca vida misturada com lágrimas
Por vezes alegres mas pouco…

Tudo isto ainda está-me inerente
Mas no meio de tanto degredo
Que não desgostava
Apareces!
Do nada
Descobri-te!
Foste logo flecha nos meus sentidos
Agora és meu amigo
Meu amante
Meu amor
Quase perfeito
Só não digo perfeito
Pois sei a maldade que somos
Nós humanos…
Sou igual ao de sempre!
Mas quando te respiro
A divagação e o sofrimento
Adormecem um pouco
E só a ti te vejo
Só a ti te sinto
O meu negro
Cessa alguns momentos
Algo jamais visto em mim

Fecho os olhos e vejo
A ponta dos dedos do meu espírito
Inspirando o odor
Do teu sentimento
Do que és
Torno-me gaivota branca
Repleta de cheiros marinhos
As palavras calam-se
Os pensamentos dão desconto

Agora o meu respirar é um pouco diferente
Não dói tanto ao puxar o ar
Sou o mesmo
Sempre o serei
Mas não nego
Quando tocas-me com sentidos e harmonia
O meu olhar é discrepante
Nada fiz para te ter
Não te procurei
Não o queria
Aconcheguei-me no que era
Na minha solidão
E nunca pedi
Que me aparecesses…

Agora chegas
Perguntam-me como estou?
Digo…
Estou bem
Antes a resposta era
“Sobrevivo”
Não digo que me dás razão para viver
Mas afirmo que tu existes-me…
E que te sei todas as teclas
Todos os bagos
Todas as pétalas
Dás-me sorrisos verdadeiros
Sensações de suspiros
Momentos de amoras
Rosas vermelhas
Alecrim
Sonhos e madrugada
A maresia já não é tão escarlate a teu lado…
Já a sinto a pingar-me

O medo da madrasta má, vida…
Fazem-me tremer este sabor presente
Mas já não a temo
Já a conheço
Estou preparada

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva a arte de amar!!!
é mirífico ver dois amigos que tanto amo descobrirem que é possivel ser um pouco que seja feliz!!!!!

In Lak'ech (sou um outro tu) disse...

Minha querida.. Vive e ama intensamente como se não existe amanhã. Porque o amanhã não existe de facto, apenas o agora. Sê feliz.