terça-feira, 18 de setembro de 2007

devaneio morto

O equilíbrio está aqui
O sonho transborda viagens
Ao coração dos homens
Da natureza
Vemo-nos nos olhos dos animais
No frio das plantas a dor cessa
Desvanece
Vejo as coisas,não as almas
Incorporamo-nos nos olhos dos seres
E tudo é divergente

Vejo uma pedra
E de uma pedra
Somente se trata
Vejo meu alimento,caço-o
E nada me doi
O remorso é me ausente
As coisas são coisas
E pronto
É nestes olhos
Que respiro sem suspiro
Somos o cheiro das flores
A sua sede
Só nos interessa a água, terra e luz
Sou abelha
Tigre
Serpente...
A divagação já foi
A angustia seguiu-a
Tudo é simples
Objectivo
Olho sem olhar verdadeiramente
As palavras são só palavras
As cores,cores são...
Nem em sua beleza
Nos reflectimos

O mundo é assim
Isto
Como vês!
De nada mais se trata
Este é o lixo que respiramos
Este é o odor a que fedemos
Agora não queremos
Mais ver além
Desistimos dos nossos pensamentos
Dos nossos sonhos
No fundo de nós mesmos
Agora isto é isto
E basta
E gostamos que assim o seja
Os muros desapareceram
Os segredos não se conhecem
Só sei que nada sei
E isto é tudo
Nada quero superior

Do frio da maresia
Nada digo que não seja mais que frio
Os sinos romperam-se
Ao nascer do sol, dos nossos pulsos
Como lanças
Até ao fundo dos mais profundos oceanos
O mar é gélido
Para o ser e pronto
A solidão é sentimento
E não pessoa
Somos crocodilos em rios
E não em mares
O perfume é entranhado
Não fantasiado
Não entendes o que digo?
Digo-te o que te digo
Isto é só

Os pensamentos são de vicissitudes
Quotidianas
Que fazer ao almoço?
Estudar ou sair?
Indecisõs e cidade!
De gentes...
Gentes de loiros cabelos
Por vezes castanho
Talvez procurando bem negros
E só em milagre ruivos
Já não são azuis ou persa
Pois o sonho e o devaneio
Dão-te o sabor da pele
E dos sentidos
Mas a realidade
Por mais que a sintas
E que saibas que é a tua
É naturalmente o desejo
Da tua fuga
Da rotina do que as pessoas são
Digo Pessoas
Com P masculinizado

E não seres humanos
Como deveriamos
De facto ser

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