terça-feira, 18 de setembro de 2007

talvez esperança

Nem sei bem o que escrever
Que quero escrever eu?
Não sei…
Há tanta coisa abafada no meu casulo
Sei que necessito escrever algo
Cuspir o que sofro
Mas é tanta a diversidade
De sentimento

Sou confusão

Sinto-me mil grãos de areia
Caindo no universo
À deriva
Sem rumo ou fado
Sinto-me tão longe daqui
Tão longe de mim
Em que sitio estou?
Que não sei o que seja?
Sinto-me areia caindo como chuva
Tento segurar cada grão de areia
Cada pedaço de mim
Talvez se juntar as peças
Me torne em rocha forte
Onde o mar bate e bate
E não me perfura
Não me desvaneça em cinzas
Me torne fogo

Estico as mãos para o céu
Tento apanhar os bagos
De minha alma
Ou o que resta dela…
Tento apanhar os pedaços de mim
Com o suor de minhas mãos

Talvez assim
Não veja escuridão em pleno dia
Veja sorrisos bebendo
A minha pele
Libando o perfume do que sou
Talvez assim
Minhas mãos deixem de suar como cascata
Se tornem suaves como seda
De genuinidade
E sobremesa Chocolateira
Talvez assim as lágrimas
Me desafiem também na alegria
Corram comigo
Em direcção ao sol
Deixando pegadas vincadas
E assim outros possam
Seguir também nossa fé

Corremos, corremos…
Chegamos ao Sol
Damo-nos conta que é uma porta
A porta do paraíso e dos sonhos
Aí o negro não nos acha
Aí respiramos algodão doce
Teclas de piano e desejos do vento
O choro dos violinos
Aquecem nosso sangue
Talvez ai a esperança proteja-nos
Como a progenitora protege suas crias

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