Às vezes em companhia
Sentimo-nos sós e vulneráveis
A solidão cobra-nos a pele
Dá-nos um expirar de couve podre
Às vezes nem em companhia verde (esperança)
A solidão deixa nosso olhar
Por mais que fujamos
Ela ali permanece, deitada ao nosso lado
De olhos abertos, esbugalhados
Fitando, com um olhar directo,
Nossos olhos de brisas frias
Com sabor a vinho de poucos anos
Às vezes nem mesmo em enlaço
De rosas molhadas, de lágrima alegre
A solidão nos larga…
Vivemos em liberdade condicional
Ela é o nosso furer
Nem com horizontes
De orquídeas e pedras vivas
Nossos olhos descansam…
Ali está ela
Ao nosso lado de olhos negritos
Textura escarlate
Fixando-nos…
Nem com beijos suculentos
Ou festas no pêlo do espírito
Em que quase sorrimos puramente
Ela nos deixa
Ali está ela sugando-nos o sangue
Sanguessuga gorda é o que é
É por isso a nossa maior inimiga
É por isso a nossa maior companhia
Oiço as correntes que me prende a vós
Fazem feridas nos pés
Não saram
A seguir a uma ferida elabora-se logo outra
Não é amor o que sentes por mim, solidão
É obsessão
Mendigo-te:
Deixa-me sentir ilhas de sorrisos violino
Orações de fé verosímil
Deixa-me ouvir sons de sinos
Que embalam bebés
Dá-me a beber chá de Nirvana
Não de sonhos nem de expressão
Um chá de Nirvana, somente.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
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