A chuva chega
E a melancolia vem
Pela escada mais profunda do coração
Vem devagar, muito solenemente
Com medo da pouca luz
Que irá encontrar…
O cheiro das ruas banhadas
Trazem anseios de lágrimas
De morte, sangue lento
Corujas atentas
Sorrisos puxados
Corvos… corvos…
O tempo comanda-nos um pouco também
Abrem as portas dos nossos segredos
Dos nossos esconderijos de alma
Selam o brilho dos olhos
Tornamo-nos olhos somente
O olhar foge com medo da realidade
E do frio Inverno
Rotinas, percursos repetidos…
Abrigamo-nos em casa
Porque a chuva só nos apraz um pouco
Em casa no nosso silêncio
Com o calor da beleza que é o fogo
Olho-o… como é belo
Então ai o pensamento rola e rola…
A metáfora surge no fogo
Fazendo imagens e brincadeiras
Elevo-me para junto
De estrelas e crianças famintas
A apóstrofe surge também
Reparto
Um pouco de chocolate perdido
Nos meus bolsos
As crianças riem
Mas é tão pouco… a fome é tanta
Ai dançamos e contamos parábolas
Moralizantes
Eu, as estrelas, as crianças
Jesus chega também…
Traz um pouco de pão
Todos ficam contentes…
E eu olhando para o fogo
E vendo toda esta imagem
Faço força com o ar de meus pulmões
Com o calor do meu corpo
Com toda a minha energia
Para que isto não seja só uma mera imagem
Como esperado, esforço sem resultados
Então no meio do sorriso dos pequeninos
A lágrima mais pesada do meu ser
Brota no meu olho
Transborda sentimento de facas afiadas
Jesus olha-me e diz:
“O que importa é que imaginas-te tudo isto”
A chuva traz-nos lembranças, premonições
Falta de saliva, falta de olhar…
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
rosas vermelhas
Serei eu merecedora de tanto?
Nasço…
Deparo-me com o macabro mundo
Desde que vi a luz até hoje
Enfrento a mais pura das verdades
A dor
Sei o que é a alegria
Mas a felicidade sempre me foi ausente
Nem acredito bem na sua existência…
Habituei-me inclusive à sua inexistência
Nada queria
Nada amava
A desilusão estava patente
Amor era palavra não encontrada
Em mim…
A solidão estava-me abraçada
O desgosto era dos meus maiores anfitriões
Só a mim me tinha
Só a mim me amava
Só a mim eu confiava
O resto era restos de algo
Resto de pouca vida misturada com lágrimas
Por vezes alegres mas pouco…
Tudo isto ainda está-me inerente
Mas no meio de tanto degredo
Que não desgostava
Apareces!
Do nada
Descobri-te!
Foste logo flecha nos meus sentidos
Agora és meu amigo
Meu amante
Meu amor
Quase perfeito
Só não digo perfeito
Pois sei a maldade que somos
Nós humanos…
Sou igual ao de sempre!
Mas quando te respiro
A divagação e o sofrimento
Adormecem um pouco
E só a ti te vejo
Só a ti te sinto
O meu negro
Cessa alguns momentos
Algo jamais visto em mim
Fecho os olhos e vejo
A ponta dos dedos do meu espírito
Inspirando o odor
Do teu sentimento
Do que és
Torno-me gaivota branca
Repleta de cheiros marinhos
As palavras calam-se
Os pensamentos dão desconto
Agora o meu respirar é um pouco diferente
Não dói tanto ao puxar o ar
Sou o mesmo
Sempre o serei
Mas não nego
Quando tocas-me com sentidos e harmonia
O meu olhar é discrepante
Nada fiz para te ter
Não te procurei
Não o queria
Aconcheguei-me no que era
Na minha solidão
E nunca pedi
Que me aparecesses…
Agora chegas
Perguntam-me como estou?
Digo…
Estou bem
Antes a resposta era
“Sobrevivo”
Não digo que me dás razão para viver
Mas afirmo que tu existes-me…
E que te sei todas as teclas
Todos os bagos
Todas as pétalas
Dás-me sorrisos verdadeiros
Sensações de suspiros
Momentos de amoras
Rosas vermelhas
Alecrim
Sonhos e madrugada
A maresia já não é tão escarlate a teu lado…
Já a sinto a pingar-me
O medo da madrasta má, vida…
Fazem-me tremer este sabor presente
Mas já não a temo
Já a conheço
Estou preparada
terça-feira, 18 de setembro de 2007
devaneio morto
O equilíbrio está aqui
O sonho transborda viagens
Ao coração dos homens
Da natureza
Vemo-nos nos olhos dos animais
No frio das plantas a dor cessa
Desvanece
Vejo as coisas,não as almas
Incorporamo-nos nos olhos dos seres
E tudo é divergente
Vejo uma pedra
E de uma pedra
Somente se trata
Vejo meu alimento,caço-o
E nada me doi
O remorso é me ausente
As coisas são coisas
E pronto
É nestes olhos
Que respiro sem suspiro
Somos o cheiro das flores
A sua sede
Só nos interessa a água, terra e luz
Sou abelha
Tigre
Serpente...
A divagação já foi
A angustia seguiu-a
Tudo é simples
Objectivo
Olho sem olhar verdadeiramente
As palavras são só palavras
As cores,cores são...
Nem em sua beleza
Nos reflectimos
O mundo é assim
Isto
Como vês!
De nada mais se trata
Este é o lixo que respiramos
Este é o odor a que fedemos
Agora não queremos
Mais ver além
Desistimos dos nossos pensamentos
Dos nossos sonhos
No fundo de nós mesmos
Agora isto é isto
E basta
E gostamos que assim o seja
Os muros desapareceram
Os segredos não se conhecem
Só sei que nada sei
E isto é tudo
Nada quero superior
Do frio da maresia
Nada digo que não seja mais que frio
Os sinos romperam-se
Ao nascer do sol, dos nossos pulsos
Como lanças
Até ao fundo dos mais profundos oceanos
O mar é gélido
Para o ser e pronto
A solidão é sentimento
E não pessoa
Somos crocodilos em rios
E não em mares
O perfume é entranhado
Não fantasiado
Não entendes o que digo?
Digo-te o que te digo
Isto é só
Os pensamentos são de vicissitudes
Quotidianas
Que fazer ao almoço?
Estudar ou sair?
Indecisõs e cidade!
De gentes...
Gentes de loiros cabelos
Por vezes castanho
Talvez procurando bem negros
E só em milagre ruivos
Já não são azuis ou persa
Pois o sonho e o devaneio
Dão-te o sabor da pele
E dos sentidos
Mas a realidade
Por mais que a sintas
E que saibas que é a tua
É naturalmente o desejo
Da tua fuga
Da rotina do que as pessoas são
Digo Pessoas
Com P masculinizado
E não seres humanos
Como deveriamos
De facto ser
O sonho transborda viagens
Ao coração dos homens
Da natureza
Vemo-nos nos olhos dos animais
No frio das plantas a dor cessa
Desvanece
Vejo as coisas,não as almas
Incorporamo-nos nos olhos dos seres
E tudo é divergente
Vejo uma pedra
E de uma pedra
Somente se trata
Vejo meu alimento,caço-o
E nada me doi
O remorso é me ausente
As coisas são coisas
E pronto
É nestes olhos
Que respiro sem suspiro
Somos o cheiro das flores
A sua sede
Só nos interessa a água, terra e luz
Sou abelha
Tigre
Serpente...
A divagação já foi
A angustia seguiu-a
Tudo é simples
Objectivo
Olho sem olhar verdadeiramente
As palavras são só palavras
As cores,cores são...
Nem em sua beleza
Nos reflectimos
O mundo é assim
Isto
Como vês!
De nada mais se trata
Este é o lixo que respiramos
Este é o odor a que fedemos
Agora não queremos
Mais ver além
Desistimos dos nossos pensamentos
Dos nossos sonhos
No fundo de nós mesmos
Agora isto é isto
E basta
E gostamos que assim o seja
Os muros desapareceram
Os segredos não se conhecem
Só sei que nada sei
E isto é tudo
Nada quero superior
Do frio da maresia
Nada digo que não seja mais que frio
Os sinos romperam-se
Ao nascer do sol, dos nossos pulsos
Como lanças
Até ao fundo dos mais profundos oceanos
O mar é gélido
Para o ser e pronto
A solidão é sentimento
E não pessoa
Somos crocodilos em rios
E não em mares
O perfume é entranhado
Não fantasiado
Não entendes o que digo?
Digo-te o que te digo
Isto é só
Os pensamentos são de vicissitudes
Quotidianas
Que fazer ao almoço?
Estudar ou sair?
Indecisõs e cidade!
De gentes...
Gentes de loiros cabelos
Por vezes castanho
Talvez procurando bem negros
E só em milagre ruivos
Já não são azuis ou persa
Pois o sonho e o devaneio
Dão-te o sabor da pele
E dos sentidos
Mas a realidade
Por mais que a sintas
E que saibas que é a tua
É naturalmente o desejo
Da tua fuga
Da rotina do que as pessoas são
Digo Pessoas
Com P masculinizado
E não seres humanos
Como deveriamos
De facto ser
bicos das mamas
O mundo cansa-me de facto… pela sua imensidão e grandiosidade. Cansa-me esta vontade, jovem, que tenho de descobrir este mundo. E também sei lá, parece que tenho receio que as coisas fujam de mim e eu já não as possa alcançar. Mete nojo mesmo! E daqui provém o meu fofo”auto-controlo”, a minha visão permanentemente calculista e futurista. Porque nada me pode escapar e por mais que saiba que muitos dos meus sonhos não passam disso mesmo, o meu pensamento é o mesmo. E mete nojo volto a frisar! Esta mania de querer ser racionalista e com tudo controlado, irrita-me por vezes… tenho medo de não poder fazer as viagens que tanto ambiciono fazer, as acções que tanto desejo concretizar… um curso, um percurso… parece que a vida me escapa a cada minuto e não a consigo alcançar e, isto, é tudo contraditório visto que a vida cansa-me e não me agrada. Mas no fundo quero-a e não entendo porquê, se me repugna tanto a minha existência neste mundo. A vida é como os bicos das mamas, indecifráveis e esquisitos.
pluma
Às vezes penso que vivo num sonho ou numa ausência de nada… Onde a relatividade não existe e as coisas andam todas à deriva e sem rumo ou origem. Sinto-me pluma sem sentir nada nem ver nada, sinto que os meus sentidos cessam e os meus estímulos calam-se e tudo é nada. Sinto-me absorta ao mundo, aos sentimentos, às vicissitudes inerentes numa vida indecifrável e pequena e o meu poder não passa de um abrir e fechar de olhos. Às vezes nem isso, a minha lágrima seca e os meus olhos cegam para sempre. Estou farta de um mundo de interesse. É tudo interesse, o amor não é puro, simplesmente fica bem amar e é bom para o “eu”: ou porque estou a uma hora de meu companheiro, ou porque trabalha e estuda no mesmo estabelecimento que eu, “dá jeito” amar assim porque não custa muito dinheiro nem dá trabalho. E por acaso até acho que gosto dessa pessoa, mas a verdade é que estou a gostar é de mim e não do meu amado. As pessoas no fim mais profundo detestam-se mas necessitam-se! É tudo uma necessidade, um interesse do eu. Para quê pensar na camada do ozono, que está mais rota que as meias do meu avô, se daqui a uns anos estou morto e não terei que levar com as consequências que eu próprio criei? É por isto e por muito mais, que penso que sou pluma e que isto tudo só pode ser sonho ou nada…
conclusão
Hoje a solidão aconchega-me debaixo deste sol… Os pensamentos são sucessivos…Mas não quero mais. A minha cabeça ferve. Mas o som da água a correr acalma o meu coração… Hoje já não sou o que fui ontem. Ontem fui explosão, hoje sou conclusão. Sim conclusão! Sim! Já está tudo pensado, já está tudo concluído… Não há nada mais em que pensar. Hoje não quero pensar. Só aconchegar-me neste sol que penetra nos meus sentidos e cala os meus neurónios.
ânsia
Falta-me algo, não sei o que é mas falta-me um sentir jamais visto. Estou enjoada da cadeira onde me sento, do que vejo, do que oiço, do que toco. Sinto-me enjoada de ti, daquele, de tu ai, do outro. É uma ânsia de algo desconhecido, penso. Não sei o que possa ser, não sei se é sentimento, pessoa ou coisa. Só sei que sinto esta ânsia roedora da minha alma. Ratazana feia e macabra. É uma ansiedade, não de mim, de algo que me faz ver paredes brancas vazias, vácuos silenciosos mas de grito. Que quero? Que não sei o que possa ser? O nada não é, nesse já eu habito e aceito. As agulhas picam-me o coração, magoa tanto, mas o que magoa mais é não saber o que me falta nem que ar quero respirar. Dores de cabeça, essas não me largam e um respirar doloroso que vem dum fundo tão profundo, não sabendo porquê tal estado de alma. Não sei o que procuro, nem o que desejo. Mas cansa-me este respirar, de toneladas de peso, puxado por uma corda rija rompendo a pele das minhas mãos. É tão pesado este nada saber, esta pergunta permanente. O que procuro? Sem mesmo procurar?
estandarte
Sou um degredo
Um não existir sucateiro
Uma cápsula magenta
Em declínio
Desaparece, desapareço…
Morro
Vivendo, dormente
Sem solo, sempre…
Sou mil raios solares
Sem inicio ou metamorfose
Sou a Mancha pólvora do mundo
Da comida, sem gosto
Sou comida fria
Rastejante
Sem oceano ou Maldivas
Isto tudo para dizer, que sei ser nada?
Talvez o nada seja tudo!
Há quem me oiça
E pense
Que canto o desgosto de mim
Do que sou
Enganam-se!
Raposas pretas
Sei o que sou
Gosto-me
Neste mundo mais nada
Me é relevante
Estou só
Mesmo em companhia
Meu único consolo
É o meu amor
Pelo ser que sei ser
Os outros são meros cegos de alma
Escravos do lixo
Que trazem entranhado nos seus corpos
Estão vincados no mundo
Mas de mãos no chão
E pés no céu
Prestes a serem sugados
Pelo xeque-mate da serpente, vida…
Sei o que sou
O que sinto ou vomito
O xeque-mate a mim
Já não me lambe os olhos do coração
Há muito que os fechei
Num tesouro
Embrulhados em
Cerejas e pedras
Estou finalmente
Noutra face
Está finalmente em mim inerente
Um novo olhar
Um intelecto sofredor
Sanguinário
Mas o amor, por mim não cessa
É o cálice de meu viver
Só isto me importa
Um não existir sucateiro
Uma cápsula magenta
Em declínio
Desaparece, desapareço…
Morro
Vivendo, dormente
Sem solo, sempre…
Sou mil raios solares
Sem inicio ou metamorfose
Sou a Mancha pólvora do mundo
Da comida, sem gosto
Sou comida fria
Rastejante
Sem oceano ou Maldivas
Isto tudo para dizer, que sei ser nada?
Talvez o nada seja tudo!
Há quem me oiça
E pense
Que canto o desgosto de mim
Do que sou
Enganam-se!
Raposas pretas
Sei o que sou
Gosto-me
Neste mundo mais nada
Me é relevante
Estou só
Mesmo em companhia
Meu único consolo
É o meu amor
Pelo ser que sei ser
Os outros são meros cegos de alma
Escravos do lixo
Que trazem entranhado nos seus corpos
Estão vincados no mundo
Mas de mãos no chão
E pés no céu
Prestes a serem sugados
Pelo xeque-mate da serpente, vida…
Sei o que sou
O que sinto ou vomito
O xeque-mate a mim
Já não me lambe os olhos do coração
Há muito que os fechei
Num tesouro
Embrulhados em
Cerejas e pedras
Estou finalmente
Noutra face
Está finalmente em mim inerente
Um novo olhar
Um intelecto sofredor
Sanguinário
Mas o amor, por mim não cessa
É o cálice de meu viver
Só isto me importa
Piano e Pianista
Os copos de vinho espalhados
De um Porto amargo gostoso
O teu cheiro
O meu aroma
A televisão está ligada ao fundo
Em silêncio
Não está escuro completo
A lua penetra serenamente
No quarto…
Os cortinados deliciam-se
Com o vento
Os lençóis são brancos
Trocamos fluidos de amor
A roupa está espalhada e sorri
No abraço do chão frio
A cama está quente
Fez-se amor? Não
O amor não se faz, existe…
Nesta cama o amor não se fez
Sentiu-se
A tua pele suave
Quente com a minha
As almofadas aconchegam
Nosso sono tranquilo
Dormimos abraçados
Aqui há amor
Senti a tua alma invadir meus olhos
Conheci-te na íntegra
Tu a mim igualmente
Saboreaste-me a vida
Oiço o vento
Ou será antes os anjos
Benzendo nosso amor
Nosso sentir
As velas persistem acesas
Iluminando nossos nus
Quase choramos ao acordar
Uma alegria inexistente
Temos medo
Que tenha sido sonho
Não o foi prometo-te
A brisa sopra-nos os corpos
As nossas mãos não se largam
Bebemos do nosso olhar
Horas e horas
E nada importa
Só nosso sentir
Os teus lábios deram-me a conhecer
O fruto mais suave dos mundos
O meu pensamento
Só tu compreendeste
Sou um piano gritando melodia
E tu meu pianista
Salivando minhas notas
tripe
Só sei que me possui
Algo me possui
É a dor de existir
Mas também não sei
Se realmente existo
Existo?
Ou será só um sonho
Que crio de tripes
Doces e pouco afectuosas
Será sonho ou realidade?
Ou uma mistura frígida de ambos?
Não!
É ilusão
Palavra mortífera
Que me engana os sentidos
Onde os pensamentos viscosos
Me exorcizam
Para algo que não desejo
Não quero ser nem existir
Não quero existir
Quero viver mas não sei onde vivo
Simplesmente persisto
A vida não me quer…
Persiste-me
Mas a dor não é a vida
Sou eu.
Algo me possui
É a dor de existir
Mas também não sei
Se realmente existo
Existo?
Ou será só um sonho
Que crio de tripes
Doces e pouco afectuosas
Será sonho ou realidade?
Ou uma mistura frígida de ambos?
Não!
É ilusão
Palavra mortífera
Que me engana os sentidos
Onde os pensamentos viscosos
Me exorcizam
Para algo que não desejo
Não quero ser nem existir
Não quero existir
Quero viver mas não sei onde vivo
Simplesmente persisto
A vida não me quer…
Persiste-me
Mas a dor não é a vida
Sou eu.
Para: Sophia de Mello Breyener
Navego nesta plenitude contagiante
Oiço a voz
Mas não me seduz
O que almejava
Era ouvir o barulho do mar
Pego num búzio e oiço o mar
Não te posso contemplar
Meu Mar
Mas sinto-te, oiço-te
Quero-te mas não te alcanço
O som abraça-me, ilumina-me
Apazigua-me, adormece a minha dor
Assim, o meu olhar é diferente
Este olhar é novo
É sumptuoso, resplandecente
Merci, merci Sophia
Por me apaziguares
Com as tuas palavras mágicas.
Oiço a voz
Mas não me seduz
O que almejava
Era ouvir o barulho do mar
Pego num búzio e oiço o mar
Não te posso contemplar
Meu Mar
Mas sinto-te, oiço-te
Quero-te mas não te alcanço
O som abraça-me, ilumina-me
Apazigua-me, adormece a minha dor
Assim, o meu olhar é diferente
Este olhar é novo
É sumptuoso, resplandecente
Merci, merci Sophia
Por me apaziguares
Com as tuas palavras mágicas.
escrever
Não me pesam para escrever com sentido ou finalidade. Porquê, escrever com sentido ou, por vezes, sem sentido algum patente? Simplesmente escrever porque sabe bem. Porque atenua nosso grito, nossa implosão. Gosto de escrever porque me fascina as palavras e seu significado, gosto de escrever porque é a única maneira de me compreender e de vomitar o que sinto, por vezes nem isso é… escrevo somente porque me sabe bem, porque me faz sentir o meu lado mais humano e o meu lado mais “Eu”. Não me perguntem o que quero realmente dizer com determinadas palavras e expressões. As palavras estão lá é só ler, não é para entender ou ter racionalidade. É para ler e gostar ou não. Ler e sentir… é por isto que gosto de escrever mesmo não sabendo escrever bem, escrevo porque gosto e nada importa. Os meus erros às vezes são meramente a metáfora do erro que sou. Escrever acalma-me a alma, mesmo se for letras de mágoa.Escrever é a única forma que tenho para voar… desculpem-me por não pedir desculpa pelo o que sou e pelo o que escrevo.
corpo
Um corpo nu
Dois corpos nus
O teu e o meu
O suor já estagnou
Tu já estas satisfeito
E eu sinto-me só corpo
Cheira a sexo… sexo unicamente
A cama é grande
O sémen está espalhado
Em meus neurónios
Mete-me nojo
Sou um corpo sem alma
Estou absorta
Apática
Olho, sem olhar realmente,
Para a televisão desligada
Escura…
Um olhar vazio
As lágrimas escorrem-me
Em meu rosto
Em mil anos de tempo
Sinto-as rasgarem-me
A pele
O corpo imundo
Eu quis
Tu deste-me
Mas sinto-me corpo
Mais nada
Deste-me festas
Carinhos… mas sem carinho algum
Tens-me respeito
Não o posso negar
Eu quis
Só por isso o fizemos
Tu também me querias
Mas foi horrendo
Devasso
Quando acabou
Ficas-te saciado
E a tua ignorância disfarçada
Assassinou-me
Sou objecto
Abraças-me…
Mas um abraço frio
As tuas mãos
Encaixam no esqueleto que sou
É um toque sem amor algum
Sexo somente
Podridão
Aqui deitada permaneço
No lixo
Sentindo as lágrimas queimando-me
O meu olhar é insignificância
Um olhar de corpo apenas
Não sou espírito, não o possuo
Sou do mais usável possível
Repugna-me, o meu sangue gela
Das piores dores da minha vida
Não dá para disfarçar que gostei
Nem aguento mais esta cama
Levanto-me
Tu dormes
Dos mais profundos sonos
Nem sentes a minha saída
Pego no preservativo usado
Deito-o ao lixo
Vomito…
A sanita fica imersa, e nem ouves
Limpo-a
Visto-me
Choro, baixinho para não perceberes
Peça a peça
Cobro este nu
Corpo apenas
Choro
Choro
Enoja-me este corpo e o teu
Não foste bruto, nada disso
Mas não houve entrega de almas
Sexo apenas
Com alguns carinhos
Mas impessoais
Olho-te
Não te amo
Não me amas
Passamos tempo junto apenas
Com pouco ou nenhum sexo
És frio
De gelo, mesmo
Não te queria amar
Mas queria que me gostasses
Odeio-te
Amigo respeitador
Não desminto
Vou embora
Nem me despeço de ti
Vais estranhar
Mas não quero esse corpo
Fere-me o pensamento
Chego a casa
Olho-me ao espelho
Choro…
Uma dor de falta de amor
Olho-me, enjoa-me o corpo
Penso em tomar banho
Para me purificar um pouco
Mas não o faço
Castigo-me
Penso: fica imunda
Que és corpo apenas
Desculpem-me
Ser o único ser humano que não gosta de sexo
Apenas
Desculpem-me sentir-me violada
Sem mesmo o ter sido
Dois corpos nus
O teu e o meu
O suor já estagnou
Tu já estas satisfeito
E eu sinto-me só corpo
Cheira a sexo… sexo unicamente
A cama é grande
O sémen está espalhado
Em meus neurónios
Mete-me nojo
Sou um corpo sem alma
Estou absorta
Apática
Olho, sem olhar realmente,
Para a televisão desligada
Escura…
Um olhar vazio
As lágrimas escorrem-me
Em meu rosto
Em mil anos de tempo
Sinto-as rasgarem-me
A pele
O corpo imundo
Eu quis
Tu deste-me
Mas sinto-me corpo
Mais nada
Deste-me festas
Carinhos… mas sem carinho algum
Tens-me respeito
Não o posso negar
Eu quis
Só por isso o fizemos
Tu também me querias
Mas foi horrendo
Devasso
Quando acabou
Ficas-te saciado
E a tua ignorância disfarçada
Assassinou-me
Sou objecto
Abraças-me…
Mas um abraço frio
As tuas mãos
Encaixam no esqueleto que sou
É um toque sem amor algum
Sexo somente
Podridão
Aqui deitada permaneço
No lixo
Sentindo as lágrimas queimando-me
O meu olhar é insignificância
Um olhar de corpo apenas
Não sou espírito, não o possuo
Sou do mais usável possível
Repugna-me, o meu sangue gela
Das piores dores da minha vida
Não dá para disfarçar que gostei
Nem aguento mais esta cama
Levanto-me
Tu dormes
Dos mais profundos sonos
Nem sentes a minha saída
Pego no preservativo usado
Deito-o ao lixo
Vomito…
A sanita fica imersa, e nem ouves
Limpo-a
Visto-me
Choro, baixinho para não perceberes
Peça a peça
Cobro este nu
Corpo apenas
Choro
Choro
Enoja-me este corpo e o teu
Não foste bruto, nada disso
Mas não houve entrega de almas
Sexo apenas
Com alguns carinhos
Mas impessoais
Olho-te
Não te amo
Não me amas
Passamos tempo junto apenas
Com pouco ou nenhum sexo
És frio
De gelo, mesmo
Não te queria amar
Mas queria que me gostasses
Odeio-te
Amigo respeitador
Não desminto
Vou embora
Nem me despeço de ti
Vais estranhar
Mas não quero esse corpo
Fere-me o pensamento
Chego a casa
Olho-me ao espelho
Choro…
Uma dor de falta de amor
Olho-me, enjoa-me o corpo
Penso em tomar banho
Para me purificar um pouco
Mas não o faço
Castigo-me
Penso: fica imunda
Que és corpo apenas
Desculpem-me
Ser o único ser humano que não gosta de sexo
Apenas
Desculpem-me sentir-me violada
Sem mesmo o ter sido
o dia mais longo de todos
Hoje é o dia mais longo de todos, uma eternidade de pensamentos estranhos que me afundem na minha estranheza, que me deslocam da minha subtileza o dia mais longo de todos, o mais frio e arrepiante. Os pensamentos não se calam e eu não me sinto…É o dia com mais fantasmas de todos… A confusão instala-se e o meu nome é estranheza. O meu grito é de gentes e de eu. Quero ir para um lugar que nunca ninguém viu nem sentiu… Mas tenho medo porque já é tarde e o dia é longo mas vai acabar e eu quero ir ai… A um lugar ausente e só. Hoje é o dia mais longo das nossas vidas…. Dói-me este dia. É um ciclo vicioso e nós aqui estamos aos saltos e às voltas sem sentido algum, em lugar algum. O dia dói-nos…
sanguessuga gorda
Às vezes em companhia
Sentimo-nos sós e vulneráveis
A solidão cobra-nos a pele
Dá-nos um expirar de couve podre
Às vezes nem em companhia verde (esperança)
A solidão deixa nosso olhar
Por mais que fujamos
Ela ali permanece, deitada ao nosso lado
De olhos abertos, esbugalhados
Fitando, com um olhar directo,
Nossos olhos de brisas frias
Com sabor a vinho de poucos anos
Às vezes nem mesmo em enlaço
De rosas molhadas, de lágrima alegre
A solidão nos larga…
Vivemos em liberdade condicional
Ela é o nosso furer
Nem com horizontes
De orquídeas e pedras vivas
Nossos olhos descansam…
Ali está ela
Ao nosso lado de olhos negritos
Textura escarlate
Fixando-nos…
Nem com beijos suculentos
Ou festas no pêlo do espírito
Em que quase sorrimos puramente
Ela nos deixa
Ali está ela sugando-nos o sangue
Sanguessuga gorda é o que é
É por isso a nossa maior inimiga
É por isso a nossa maior companhia
Oiço as correntes que me prende a vós
Fazem feridas nos pés
Não saram
A seguir a uma ferida elabora-se logo outra
Não é amor o que sentes por mim, solidão
É obsessão
Mendigo-te:
Deixa-me sentir ilhas de sorrisos violino
Orações de fé verosímil
Deixa-me ouvir sons de sinos
Que embalam bebés
Dá-me a beber chá de Nirvana
Não de sonhos nem de expressão
Um chá de Nirvana, somente.
Sentimo-nos sós e vulneráveis
A solidão cobra-nos a pele
Dá-nos um expirar de couve podre
Às vezes nem em companhia verde (esperança)
A solidão deixa nosso olhar
Por mais que fujamos
Ela ali permanece, deitada ao nosso lado
De olhos abertos, esbugalhados
Fitando, com um olhar directo,
Nossos olhos de brisas frias
Com sabor a vinho de poucos anos
Às vezes nem mesmo em enlaço
De rosas molhadas, de lágrima alegre
A solidão nos larga…
Vivemos em liberdade condicional
Ela é o nosso furer
Nem com horizontes
De orquídeas e pedras vivas
Nossos olhos descansam…
Ali está ela
Ao nosso lado de olhos negritos
Textura escarlate
Fixando-nos…
Nem com beijos suculentos
Ou festas no pêlo do espírito
Em que quase sorrimos puramente
Ela nos deixa
Ali está ela sugando-nos o sangue
Sanguessuga gorda é o que é
É por isso a nossa maior inimiga
É por isso a nossa maior companhia
Oiço as correntes que me prende a vós
Fazem feridas nos pés
Não saram
A seguir a uma ferida elabora-se logo outra
Não é amor o que sentes por mim, solidão
É obsessão
Mendigo-te:
Deixa-me sentir ilhas de sorrisos violino
Orações de fé verosímil
Deixa-me ouvir sons de sinos
Que embalam bebés
Dá-me a beber chá de Nirvana
Não de sonhos nem de expressão
Um chá de Nirvana, somente.
sorriso
Hoje tive das mais brilhantes
Imagens da minha vida
Vi-me andando de pés descalços
Passeava sobre as nuvens
Agarrada aos raios solares
Sobre as árvores
De folhas macias
Saciavam-me cócegas
De ternura nos pés
E eu deambulava…
Na minha mão esquerda
Os pensamentos acompanhavam-me
As andorinhas afogueavam
Minha solidão
Eu sorria
Como só sorriu duas a três
Vezes por ano
Não era feliz
Mas senti as picadas indolores
Da Tranquilidade
Por momentos senti
Mil abraços de Buda
E a paz percorreu-me os interstícios
Girava, girava
O sorriso não parava
As lágrimas escorriam-me
Nos olhos até à ponta dos dedos
Riam-se e conversavam
Palavras serenas e coerentes
Com a minha mente
De repente o vento empurrou-me
Desequilibrei-me
E larguei da mão direita
Os raios solares
Estava a cair como flecha
Ai temi novamente o sopro
Da escuridão maquiavélica
Foi então que o vento agarrou-me
Deu-me um abraço carregado de brisa
E disse-me:
Nada temas
Sou somente o vento
Estava a brincar contigo
Sorri
A paz ainda não se vai por ai
Gostei…
Mais tarde
Buda disse-me
Que tinha de ir embora
Tinhas coisas a fazer, caminhos a percorrer
Tinha de deixar de brincar comigo
Com minhas lágrimas alegres
Meus pensamentos
Disse-me que agora podia ir
Pois as andorinhas e a bondade
Protegiam-me de mim mesma
Apertou-me a mão e partiu
Para sonhos distantes
Assim dei-me conta
Que um dia também eu
O poderia fazer
O sol tinha também de ir
O pôr-do-sol deu-se
E poisou-me no chão do planeta
Agradeci-lhe pelo passeio
Continuei meu caminho
Em conversas com lágrimas
Brincalhonas e razões serenas
Imagens da minha vida
Vi-me andando de pés descalços
Passeava sobre as nuvens
Agarrada aos raios solares
Sobre as árvores
De folhas macias
Saciavam-me cócegas
De ternura nos pés
E eu deambulava…
Na minha mão esquerda
Os pensamentos acompanhavam-me
As andorinhas afogueavam
Minha solidão
Eu sorria
Como só sorriu duas a três
Vezes por ano
Não era feliz
Mas senti as picadas indolores
Da Tranquilidade
Por momentos senti
Mil abraços de Buda
E a paz percorreu-me os interstícios
Girava, girava
O sorriso não parava
As lágrimas escorriam-me
Nos olhos até à ponta dos dedos
Riam-se e conversavam
Palavras serenas e coerentes
Com a minha mente
De repente o vento empurrou-me
Desequilibrei-me
E larguei da mão direita
Os raios solares
Estava a cair como flecha
Ai temi novamente o sopro
Da escuridão maquiavélica
Foi então que o vento agarrou-me
Deu-me um abraço carregado de brisa
E disse-me:
Nada temas
Sou somente o vento
Estava a brincar contigo
Sorri
A paz ainda não se vai por ai
Gostei…
Mais tarde
Buda disse-me
Que tinha de ir embora
Tinhas coisas a fazer, caminhos a percorrer
Tinha de deixar de brincar comigo
Com minhas lágrimas alegres
Meus pensamentos
Disse-me que agora podia ir
Pois as andorinhas e a bondade
Protegiam-me de mim mesma
Apertou-me a mão e partiu
Para sonhos distantes
Assim dei-me conta
Que um dia também eu
O poderia fazer
O sol tinha também de ir
O pôr-do-sol deu-se
E poisou-me no chão do planeta
Agradeci-lhe pelo passeio
Continuei meu caminho
Em conversas com lágrimas
Brincalhonas e razões serenas
encruzilhadas
Encruzilhadas, encruzilhadas…
Mais e mais…
Não te vejo Fim
Encruzilhadas de eu, de ti, de vós
De mim para mim
De mim para a vida
Da vida para mim
Perguntas de um nada de resposta
Perguntas sem antónimos
Encruzilhadas sonolentas
Boémias
Diletantes de ser
Encruzilhadas de cachaça
De má qualidade
Teimo em culpar as más energias
De minha desgraça
Uma ilusão de meu córtex
Teimo em teimar
Culpando o mundo pelo que sou
Pelo que sinto…
E nada disso é veracidade
Teimo no verosímil das coisas
Esqueço-me o que me convém esquecer
É me conveniente apagar da alma
O saber daquilo que sei ser
É me conveniente fingir esquecer
Que o erro está em mim inerente
Não no mundo
Mar negro
Flutuo num mar imenso
Sem fim, sem principio
Flutuo num mar
Criado para mim
Este mar é desigual
Especial, tão gigante…
Flutuo à deriva neste mar
Este mar é unicamente
Meu sofrimento
Flutuo num tormento incessante
Não sei onde começa
Só sinto que não acaba
Nunca me afogo
Este sofrimento não me mata, não me afoga
Tortura-me…
Para todo o sempre
Por mais que implore
Não me mata
Sou o alimento de sua sobrevivência
Sinto mil estacas
Permanentes no meu peito
É sempre a mesma dor
Não são meras estacas, tão vivas
Cúmplices deste mar negro
Às vezes o sofrimento, roda-as…
Para que doa mais
E a carne sai um pouco
Todos os dias
Horas
E anseios
O sangue não coagula
O sangue não seca
É torneira aberta
Todos os dias gotas e gotas mais
Não sei mais o que sou
Não sei mais que fazer?
Em quem confio
Ninguém me ama verdadeiramente
Ninguém sabe quem sou
O que sou
Os pés estão assentes na terra
Porém a mente corre à deriva
Meus olhos gritam
Nada vêm realmente
Gritam, gritos sem termo
Sou nada
Para coisa alguma ou alguém
Só a mim me resta
Eu comigo
Flutuando aqui…
Sem fim, sem principio
Flutuo num mar
Criado para mim
Este mar é desigual
Especial, tão gigante…
Flutuo à deriva neste mar
Este mar é unicamente
Meu sofrimento
Flutuo num tormento incessante
Não sei onde começa
Só sinto que não acaba
Nunca me afogo
Este sofrimento não me mata, não me afoga
Tortura-me…
Para todo o sempre
Por mais que implore
Não me mata
Sou o alimento de sua sobrevivência
Sinto mil estacas
Permanentes no meu peito
É sempre a mesma dor
Não são meras estacas, tão vivas
Cúmplices deste mar negro
Às vezes o sofrimento, roda-as…
Para que doa mais
E a carne sai um pouco
Todos os dias
Horas
E anseios
O sangue não coagula
O sangue não seca
É torneira aberta
Todos os dias gotas e gotas mais
Não sei mais o que sou
Não sei mais que fazer?
Em quem confio
Ninguém me ama verdadeiramente
Ninguém sabe quem sou
O que sou
Os pés estão assentes na terra
Porém a mente corre à deriva
Meus olhos gritam
Nada vêm realmente
Gritam, gritos sem termo
Sou nada
Para coisa alguma ou alguém
Só a mim me resta
Eu comigo
Flutuando aqui…
goa gil
Não sei se sou reflexo ou não existir
Meramente…
Talvez uma poção de ambos
Um cálice amargo silvestre
De som e pétala morta
Caída perto de meus pés gélidos
E azul oceano…
É só o que vibro ou transpiro
O céu está longe
E tu inspiras meus gritos
De desejo satírico
Sou ser ou sombra de pedra
Castanho lama
Castanho merda
Um sentir sem pêlo
Um sorriso peixe
(Os peixes sorriem?)
Em ondas sonoras me transformo
O som inunda-me
A energia come-me
Levanto os braços
Danço e sou o vento
Os dedos encaracolam
Respiro música
Barulho saudável
Sou o vento com braços
As borboletas agarram o meu olhar
O coração sai-me do corpo
Dança de mãos dadas com minha alma
Bate e bate
Um bater forte
Acho que voou no fundo
Não oiço um ouvir
É outro ouvir sem nome
Não tenho ouvidos de ouvir
Esses flutuam no rio transparente
Chega a chuva, gosto
Neva-me o corpo
Aquece-me a alma sonora
Chega então o sol
Com a sua força
Será Buda a sorrir?
Sou Eremita
Mas danço ao teu sabor
Não esqueço tuas barbas…
mais que amar
Cheiras a alecrim
A sonhos e a madrugada
A tua respiração dança com os meus sentidos
O brilho dos teus olhos
Teme-me a tua partida
O teu toque de rosas
Liberta-me sorrisos verdadeiros
E o teu cheiro persiste-me
Não o esqueço
Nem quero
Pois és nuvem branca
Na minha tempestade
Beijo-te os dedos dóceis
Oiço tuas palavras bem ditas
Ouves-me
E adivinha?
Falamos a mesma linguagem
E tu dizes-me:
Como te sinto!
Eu digo
Como te respiro …
Morri num naufrágio
Socorreste-me o corpo
Lavaste-me a alma
O teu olhar assusta-me
Pois vejo a tua sinceridade cor de paraíso
E penso ser sonho
Dou-te um arco-íris de segredos
Os gestos dos humanos param
Numa eternidade de dois segundos
Ficamos pacíficos
Contemplamo-nos e dizemos ambos
Não te amo, vivo-te…
(para ninguém)
ansiedade
Meu sonho é naturalmente
Voar daqui e dai
Por ai
Saboreando os milenares
Da juventude
E mais tarde da velhice
Meu sonho é tão-somente
Para fora
De meus sonhos intrínsecos
Conhecer terras
Onde as pedras desabrocham
Em mil rebentos
De saliva diamante
Calcanhar quente
Em brasa escarlate ocre
Ocarina de olhar
Onde vejo realmente
Pormenorizadamente
Sem nada temer
Nem em nada ter que fugir
Nada
Nada
Onde a ansiedade
Não me pertence
Nem sei o que possa significar
E possa dizer:
Não me atinges nem te sei ser
Ansiedade
amor...
Que vazio, que sinto no meu peito
Vazio
Vazio
Vazio
Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Como uma dança de mil facadas
Constantes em mil segundos
Que vazio meu deus!
Mas porque, porque ter que amar?
Se amar é só uma máscara
Onde até
O ódio é mais Puro
Mas se sei tal realidade
Porquê
Este vazio me confrangendo
Nesta eterna solidão
Me mergulhando em rios de suor
Que transpira, meu sofrimento
Mas porque te procuro
Sabendo que não existes!
Não existes!
E eu sei-o tão bem
Desde há muito
Mesmo assim este subconsciente
Não cessa em procurar-te
Onde estás?
Pergunta constante
Neste Encéfalo egoísta
Nesta alma irritante e insolente
Que procura o inalcançável
O Absurdo
Cérebro doido
Onde tenho que aturar
Todas estas imagens
De um amor...
«Ele toca viola
Olha-me nos olhos
Um olhar doce
Que me diz a cada minuto
Amo-te, estou aqui!»
Cérebro irritante este
Pára! Pára de me atormentar
Há muito que sei o que é
Este Amor
Que Todos desejam
Que luta constante
Deste consciente objectivo
Que sabe o que quer
O que é certo
E este Inconsciente egocêntrico
Porra! Deixem-me descansar
Estou farta de sonhos
«Em que te descubro meu amor
Tocas-me com rosas...
Onde os teus beijos
Não são só beijos bons
São viagens de mim para ti
De ti para mim»
Estou farta! Farta!
Destes sonhos perfeitos
Inexistentes
«Onde estamos juntos
Amamo-nos»
Ai, sonhos, sonhos
Já vos disse
Volto a frisar
Não vos quero
Não vos quero
Que lado humano
Tenho que aturar
Amor, que és uma farsa
Mentira, Engano, Tortura, Egoismo
Felicidade Aparente
Breve
Mas que no fundo sei
Que se não existisses
Nada sentido tinha
Amo-te.
Vazio
Vazio
Vazio
Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Como uma dança de mil facadas
Constantes em mil segundos
Que vazio meu deus!
Mas porque, porque ter que amar?
Se amar é só uma máscara
Onde até
O ódio é mais Puro
Mas se sei tal realidade
Porquê
Este vazio me confrangendo
Nesta eterna solidão
Me mergulhando em rios de suor
Que transpira, meu sofrimento
Mas porque te procuro
Sabendo que não existes!
Não existes!
E eu sei-o tão bem
Desde há muito
Mesmo assim este subconsciente
Não cessa em procurar-te
Onde estás?
Pergunta constante
Neste Encéfalo egoísta
Nesta alma irritante e insolente
Que procura o inalcançável
O Absurdo
Cérebro doido
Onde tenho que aturar
Todas estas imagens
De um amor...
«Ele toca viola
Olha-me nos olhos
Um olhar doce
Que me diz a cada minuto
Amo-te, estou aqui!»
Cérebro irritante este
Pára! Pára de me atormentar
Há muito que sei o que é
Este Amor
Que Todos desejam
Que luta constante
Deste consciente objectivo
Que sabe o que quer
O que é certo
E este Inconsciente egocêntrico
Porra! Deixem-me descansar
Estou farta de sonhos
«Em que te descubro meu amor
Tocas-me com rosas...
Onde os teus beijos
Não são só beijos bons
São viagens de mim para ti
De ti para mim»
Estou farta! Farta!
Destes sonhos perfeitos
Inexistentes
«Onde estamos juntos
Amamo-nos»
Ai, sonhos, sonhos
Já vos disse
Volto a frisar
Não vos quero
Não vos quero
Que lado humano
Tenho que aturar
Amor, que és uma farsa
Mentira, Engano, Tortura, Egoismo
Felicidade Aparente
Breve
Mas que no fundo sei
Que se não existisses
Nada sentido tinha
Amo-te.
varinha de condão
Senta-te ao meu lado
Conta-me uma história
Com princesas de doirados cabelos
Vestes rosácea e castanho tronco
Levita-me com tuas palavras
Coerentes e macias…
Não me deixes murchar
No desterro que sou
Arranca-me as raízes
Planta-me com novas sementes
Quero ser a flor mais deslumbrante
Dos campos holandeses
Não quero ser mais silva
As borboletas não me desejam
Não tenho pólen para dar às abelhas
Vá torna-me flor
Eu deixo-te seres flor
Tu já o és
Mas camuflada na tua dor
Então que esperas?
Torna-me a flor mais namorada
Torna-me a flor
Mais poderosa do mundo
Onde o meu aroma
Faz-me dominar o mundo…
Não estarás a ser demasiado ambiciosa?
Para queres tu dominar o mundo?
Não me envergonho
Dos meus desejos
Quero sim, ser a mais bela
A mais cheirosa do planeta
Sou eternidades de nada
Estou cansada de o ser
Quero ser poderosa, não vergonhosa
Cansei-me do nada que sou
Entendes-me?
Sim, entendo-te e sinto-te
Mas não posso dar-te o que queres
És tu própria
Que tens de florir
Seres mais
Tens de enfrentar o teu degredo…
Mas não me irei embora
Antes vou-te contar uma história
De encantar
Para adormeceres com um sorriso
E acordares de mãos dadas
Com a Vontade…
Fecha os olhos
Vou contar-te uma história
Com princesas?
Sim
Princesas
Duendes verdes
Florestas mágicas
Onde entras e levitas
O teu olhar muda
Tem brilho
Danças ao sabor
Dos assobios das belas fadas
De asas transparentes e olhos azuis
Aqui sorris
A tua lágrima é alegria
Respiras equilíbrio
Primaveras poetizas
És a princesa mais linda
Mais inteligente
E o teu nome é sabedoria
Dorme bem
Amanha de pés descalços
Por Ti
Te tornaras flor
Obrigado Deus
Por me contares esta história
Já sinto o sono a chegar
Adormeço com um sorriso
Conta-me uma história
Com princesas de doirados cabelos
Vestes rosácea e castanho tronco
Levita-me com tuas palavras
Coerentes e macias…
Não me deixes murchar
No desterro que sou
Arranca-me as raízes
Planta-me com novas sementes
Quero ser a flor mais deslumbrante
Dos campos holandeses
Não quero ser mais silva
As borboletas não me desejam
Não tenho pólen para dar às abelhas
Vá torna-me flor
Eu deixo-te seres flor
Tu já o és
Mas camuflada na tua dor
Então que esperas?
Torna-me a flor mais namorada
Torna-me a flor
Mais poderosa do mundo
Onde o meu aroma
Faz-me dominar o mundo…
Não estarás a ser demasiado ambiciosa?
Para queres tu dominar o mundo?
Não me envergonho
Dos meus desejos
Quero sim, ser a mais bela
A mais cheirosa do planeta
Sou eternidades de nada
Estou cansada de o ser
Quero ser poderosa, não vergonhosa
Cansei-me do nada que sou
Entendes-me?
Sim, entendo-te e sinto-te
Mas não posso dar-te o que queres
És tu própria
Que tens de florir
Seres mais
Tens de enfrentar o teu degredo…
Mas não me irei embora
Antes vou-te contar uma história
De encantar
Para adormeceres com um sorriso
E acordares de mãos dadas
Com a Vontade…
Fecha os olhos
Vou contar-te uma história
Com princesas?
Sim
Princesas
Duendes verdes
Florestas mágicas
Onde entras e levitas
O teu olhar muda
Tem brilho
Danças ao sabor
Dos assobios das belas fadas
De asas transparentes e olhos azuis
Aqui sorris
A tua lágrima é alegria
Respiras equilíbrio
Primaveras poetizas
És a princesa mais linda
Mais inteligente
E o teu nome é sabedoria
Dorme bem
Amanha de pés descalços
Por Ti
Te tornaras flor
Obrigado Deus
Por me contares esta história
Já sinto o sono a chegar
Adormeço com um sorriso
onde estás Deus?
Deus não tenho força para viver
Deus não tenho força para limpar tantas lágrimas
Afoga-me tanta mágoa
Enforca-me aos poucos este mundo
Tão cruel
Cruel
Cruel
Tenho fé na justiça da vida
Tenho fé no karma
Mas não consigo mais suportar tanta dor
Tanta saliva congelada
Tanto e sucessivo pranto
Sinto-me um lençol de lágrima
O meu nome é fraqueza inata
Deus não possuo mais coragem para sobreviver
Deus não te sinto mais
Tas longe da minha pele e do meu coração
Salva-me
Não quero isto
Não quero
Não suporto tanta crueldade
Tanto narcisismo humano
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!
O ar expirou-se todo
Tenho os pulmões vazios
O oxigénio está imundo
Não respiro, não consigo
Não dá mais
Sou débil, pequena
A força esgotou-se
Não consigo lutar mais
Não aceito este cosmos
Não sei mais rir, brincar
Amar, tocar, sentir
Não consigo fingir que o consigo
A energia implodiu-me nas veias
Nada sobra…
Meus olhos já não se abrem
Deus!
Estica tua mão
Leva-me para um lugar superior a este
Deus não tenho força para limpar tantas lágrimas
Afoga-me tanta mágoa
Enforca-me aos poucos este mundo
Tão cruel
Cruel
Cruel
Tenho fé na justiça da vida
Tenho fé no karma
Mas não consigo mais suportar tanta dor
Tanta saliva congelada
Tanto e sucessivo pranto
Sinto-me um lençol de lágrima
O meu nome é fraqueza inata
Deus não possuo mais coragem para sobreviver
Deus não te sinto mais
Tas longe da minha pele e do meu coração
Salva-me
Não quero isto
Não quero
Não suporto tanta crueldade
Tanto narcisismo humano
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!!!!
O ar expirou-se todo
Tenho os pulmões vazios
O oxigénio está imundo
Não respiro, não consigo
Não dá mais
Sou débil, pequena
A força esgotou-se
Não consigo lutar mais
Não aceito este cosmos
Não sei mais rir, brincar
Amar, tocar, sentir
Não consigo fingir que o consigo
A energia implodiu-me nas veias
Nada sobra…
Meus olhos já não se abrem
Deus!
Estica tua mão
Leva-me para um lugar superior a este
wtf
Eu sou tão assim
Eu sou tanto
Mas tanto este quadro
Eu sou tão vermelho
Sangue
Sou mar bravo
Vento irrequieto
Ondas amarelas
Azuis, verdes, rosa…
Eu sou tão lua
Sinto-me noite
Escuro, silêncio
Às vezes o silêncio
A sopra pequenas teclas de piano
Mas por minutos breves
Eu sou tão meia-lua
Sou tão sol escondido
Sou tanta confusão
Grito
Ondas, tempestade
Chuva
O que me salva
São as ondas rosa de meu espírito
Sou tão tinta esbatida
Sou tão areia
Dormindo em nuvens
Sou tanto pensamento
Tanta esperança
Sou tão Wagner
Nirvana, The doors
Sou tão as “portas” da verdade
Tão preto e azul
Tão guia
Sou tantos sorrisos
Lágrimas coaguladas
Música
Fernando Pessoa
Sou tão branco
E pele
E sentidos
Sentimentos
Emoção
Brincadeira
Sou tanto, tanto!
Olhar triste
Mas com brilho
Sou tão mundo
Fome, injustiça
Tenho pensamentos esquisitos
Sem sentido, com sentido
Sou tão piano
Violino
Guitarra
Sou gaivota
Poção mágica
Fada, sereia
Sou tão bondade
Maldade um pouquinho também
Sou tão Deus
Jesus
Buda
Schopenhauer
Monet
Salvador dali
Sou cisne
Água
Fogo
Sol escondido, sol escondido
Egocentrismo a mil
Altruísmo a novecentos
Sou amor, amizade
Sou tão, tão…
Não encontro a palavra pretendida
Sou tão Eu
Olhar triste
Mas com brilho
Sou tão sentimento
Que se os seres humanos
Lessem meus pensamentos
De certo que me amariam
Por breves instantes
Eu sou tanto
Mas tanto este quadro
Eu sou tão vermelho
Sangue
Sou mar bravo
Vento irrequieto
Ondas amarelas
Azuis, verdes, rosa…
Eu sou tão lua
Sinto-me noite
Escuro, silêncio
Às vezes o silêncio
A sopra pequenas teclas de piano
Mas por minutos breves
Eu sou tão meia-lua
Sou tão sol escondido
Sou tanta confusão
Grito
Ondas, tempestade
Chuva
O que me salva
São as ondas rosa de meu espírito
Sou tão tinta esbatida
Sou tão areia
Dormindo em nuvens
Sou tanto pensamento
Tanta esperança
Sou tão Wagner
Nirvana, The doors
Sou tão as “portas” da verdade
Tão preto e azul
Tão guia
Sou tantos sorrisos
Lágrimas coaguladas
Música
Fernando Pessoa
Sou tão branco
E pele
E sentidos
Sentimentos
Emoção
Brincadeira
Sou tanto, tanto!
Olhar triste
Mas com brilho
Sou tão mundo
Fome, injustiça
Tenho pensamentos esquisitos
Sem sentido, com sentido
Sou tão piano
Violino
Guitarra
Sou gaivota
Poção mágica
Fada, sereia
Sou tão bondade
Maldade um pouquinho também
Sou tão Deus
Jesus
Buda
Schopenhauer
Monet
Salvador dali
Sou cisne
Água
Fogo
Sol escondido, sol escondido
Egocentrismo a mil
Altruísmo a novecentos
Sou amor, amizade
Sou tão, tão…
Não encontro a palavra pretendida
Sou tão Eu
Olhar triste
Mas com brilho
Sou tão sentimento
Que se os seres humanos
Lessem meus pensamentos
De certo que me amariam
Por breves instantes
sonho
Tive um sonho
Sonhei com um rio
O rio seguiu o seu caminho
Como eu terei
A árdua tarefa de seguir o meu
Neste sonho em nada pensava
Em nada reflectia
Admirava somente
Aquela tranquilidade
O som da água
Senti uma paz dentro de mim
Flutuava no meu sonho
Os olhos fexados
Mil imagens
Mil cores
Era um sonho
E eu sabia-o
E por isso era perfeito
Neste sonho não sofria
Não chorava
Simplesmente não pensava
Admirava o sol
Este aconchegava-me
Era um conforto imenso
Uma paz inexistente
E eu sabia-o
Só tinha medo de acordar...
E voltar...
Eu não queria voltar
O sonho era tão bom
Neste sonho a felicidade existia
Não era só uma expressão
Não era uma ilusão
Eu era feliz
sozinha...
Perto do rio
Com o sol
Estava com Deus
Deus era o barulho do rio
Era o calor do sol
Era o paraíso
Ai, ai sonho que és
Meu refúgio de Dor
De vida.
De palavras verdadeiras
De realidades duras
De vida social, hipócrita
De calamidade
De coisas certas
Coisas! Coisas! Coisas!
Só isso e mais nada!
Há sonho que és meu refúgio
De vozes irritantes
Pensamentos lógicos
Morte
Choros de inocentes
Olhares vazios
Gentes de plástico
De Lixo
Este Lixo do mundo
gentes...
Há sonho que me deixas ouvir
Teus suspiros
De passarinhos de volta aos seus ninhos
De vento fresco e doce
Neste sonho não amo
A ninguém
Não quero
Não possuo
Não faço
Só aprecio esta felicidade
Que não é só expressão
É uma felicidade que toco
Quando mergulho
A minha mão na água fresca
Quando respiro este ar puro
E não industrial
Sonho, sonho
Lindo
Apaziguas-me
Matas estes sentimentos
Repugnantes, desta vida
Que nem uma ideia é
Ai, porque não nasci
Borboleta ou Formiga
Para não ter que aturar
Estes pensamentos incolores
Ai sonho que és meu refúgio
Porque tens de acabar?
Sonhei com um rio
O rio seguiu o seu caminho
Como eu terei
A árdua tarefa de seguir o meu
Neste sonho em nada pensava
Em nada reflectia
Admirava somente
Aquela tranquilidade
O som da água
Senti uma paz dentro de mim
Flutuava no meu sonho
Os olhos fexados
Mil imagens
Mil cores
Era um sonho
E eu sabia-o
E por isso era perfeito
Neste sonho não sofria
Não chorava
Simplesmente não pensava
Admirava o sol
Este aconchegava-me
Era um conforto imenso
Uma paz inexistente
E eu sabia-o
Só tinha medo de acordar...
E voltar...
Eu não queria voltar
O sonho era tão bom
Neste sonho a felicidade existia
Não era só uma expressão
Não era uma ilusão
Eu era feliz
sozinha...
Perto do rio
Com o sol
Estava com Deus
Deus era o barulho do rio
Era o calor do sol
Era o paraíso
Ai, ai sonho que és
Meu refúgio de Dor
De vida.
De palavras verdadeiras
De realidades duras
De vida social, hipócrita
De calamidade
De coisas certas
Coisas! Coisas! Coisas!
Só isso e mais nada!
Há sonho que és meu refúgio
De vozes irritantes
Pensamentos lógicos
Morte
Choros de inocentes
Olhares vazios
Gentes de plástico
De Lixo
Este Lixo do mundo
gentes...
Há sonho que me deixas ouvir
Teus suspiros
De passarinhos de volta aos seus ninhos
De vento fresco e doce
Neste sonho não amo
A ninguém
Não quero
Não possuo
Não faço
Só aprecio esta felicidade
Que não é só expressão
É uma felicidade que toco
Quando mergulho
A minha mão na água fresca
Quando respiro este ar puro
E não industrial
Sonho, sonho
Lindo
Apaziguas-me
Matas estes sentimentos
Repugnantes, desta vida
Que nem uma ideia é
Ai, porque não nasci
Borboleta ou Formiga
Para não ter que aturar
Estes pensamentos incolores
Ai sonho que és meu refúgio
Porque tens de acabar?
realidade
A realidade és tu que a fazes, a realidade és tu que a crias, a realidade és Tu. As certezas és tu que as tens, a realidade é o teu leito e tu és rei. Não és tu o dominado pela realidade, és tu que a dominas. A realidade é cavalo bravo, mas és Tu que a domas. Porque a realidade é tua. E só tu a vês… Não temas a tua própria natureza, Tu mandas, Tu és a tua realidade. Não temas o medo, pois o medo provém da tua realidade logo provém de ti. A realidade és Tu que a sentes, só tu a conheces, a realidade é o teu mundo, se queres ser algo de transcendental então o serás. Se queres morrer hoje, então morrerás. Se queres ser o deus do sexo, não duvides porque o serás. Se queres viver num mundo de sonhos ou ideias à deriva, assim será. Porque a realidade é tua! Tu és o criador e ela a tua criação. A realidade és tu.
talvez esperança
Nem sei bem o que escrever
Que quero escrever eu?
Não sei…
Há tanta coisa abafada no meu casulo
Sei que necessito escrever algo
Cuspir o que sofro
Mas é tanta a diversidade
De sentimento
Sou confusão
Sinto-me mil grãos de areia
Caindo no universo
À deriva
Sem rumo ou fado
Sinto-me tão longe daqui
Tão longe de mim
Em que sitio estou?
Que não sei o que seja?
Sinto-me areia caindo como chuva
Tento segurar cada grão de areia
Cada pedaço de mim
Talvez se juntar as peças
Me torne em rocha forte
Onde o mar bate e bate
E não me perfura
Não me desvaneça em cinzas
Me torne fogo
Estico as mãos para o céu
Tento apanhar os bagos
De minha alma
Ou o que resta dela…
Tento apanhar os pedaços de mim
Com o suor de minhas mãos
Talvez assim
Não veja escuridão em pleno dia
Veja sorrisos bebendo
A minha pele
Libando o perfume do que sou
Talvez assim
Minhas mãos deixem de suar como cascata
Se tornem suaves como seda
De genuinidade
E sobremesa Chocolateira
Talvez assim as lágrimas
Me desafiem também na alegria
Corram comigo
Em direcção ao sol
Deixando pegadas vincadas
E assim outros possam
Seguir também nossa fé
Corremos, corremos…
Chegamos ao Sol
Damo-nos conta que é uma porta
A porta do paraíso e dos sonhos
Aí o negro não nos acha
Aí respiramos algodão doce
Teclas de piano e desejos do vento
O choro dos violinos
Aquecem nosso sangue
Talvez ai a esperança proteja-nos
Como a progenitora protege suas crias
Que quero escrever eu?
Não sei…
Há tanta coisa abafada no meu casulo
Sei que necessito escrever algo
Cuspir o que sofro
Mas é tanta a diversidade
De sentimento
Sou confusão
Sinto-me mil grãos de areia
Caindo no universo
À deriva
Sem rumo ou fado
Sinto-me tão longe daqui
Tão longe de mim
Em que sitio estou?
Que não sei o que seja?
Sinto-me areia caindo como chuva
Tento segurar cada grão de areia
Cada pedaço de mim
Talvez se juntar as peças
Me torne em rocha forte
Onde o mar bate e bate
E não me perfura
Não me desvaneça em cinzas
Me torne fogo
Estico as mãos para o céu
Tento apanhar os bagos
De minha alma
Ou o que resta dela…
Tento apanhar os pedaços de mim
Com o suor de minhas mãos
Talvez assim
Não veja escuridão em pleno dia
Veja sorrisos bebendo
A minha pele
Libando o perfume do que sou
Talvez assim
Minhas mãos deixem de suar como cascata
Se tornem suaves como seda
De genuinidade
E sobremesa Chocolateira
Talvez assim as lágrimas
Me desafiem também na alegria
Corram comigo
Em direcção ao sol
Deixando pegadas vincadas
E assim outros possam
Seguir também nossa fé
Corremos, corremos…
Chegamos ao Sol
Damo-nos conta que é uma porta
A porta do paraíso e dos sonhos
Aí o negro não nos acha
Aí respiramos algodão doce
Teclas de piano e desejos do vento
O choro dos violinos
Aquecem nosso sangue
Talvez ai a esperança proteja-nos
Como a progenitora protege suas crias
gentes de África
A vida dói-me de facto
Cada segundo fere-me
As pestanas caem-me com terror da minha alma
De tanto desejo de sair deste corpo camuflado
De um sorriso contrafeito
De lágrimas fortes mas macias de aparência
Lágrimas, Lágrimas…
Inundem-me o rosto
Lágrimas salgadas
De um veneno que tomo
Vindo de mim
Mas por ti, Vida
Ouvi dizer que é assim que te apelidam
As mãos secam-me
Rasgam-me o corpo
Desta dor de viver
Deste veneno que crio
Que tomo vindo de mim
Mas por ti
E lá estou eu
Repetidamente falando de mim
Eu, eu e mais eu!
Cala-te!
Que és moscardo
Que és tu? Meu eu?
As fracas gentes de África
Decerto terão motivos de sobra para lágrimas
E tu? A tua dor é existir?
A tua dor é seres pó? E depois?
O teu egoísmo enoja-te
Enoja-nos
Nojo é o que és!
Uma lágrima de gentes de África
Certamente que exprimida
Seria ácido
As tuas lágrimas
Dolorosas são!
Mas salgadas perduram
E o ácido mata
O teu sofrimento confrange-te
Mas é pegada humana
O sofrimento de tais gentes famintas
É a pegada do Mundo
A vida dói-me
Mas dói-me muito mais tal veracidade
Cada vez sou mais pó
Perante verdades férteis
Repugnam-me…
Sinto-me enjoada
Com vontade de vomitar meus próprios excrementos
Mas nem assim o nojo é menor
Nem com um tapar de olhos a verdade foge-me
Sinto-a a entrar-me pelos poros
E a dizer-me ao ouvido:
“És ferida com bostela frágil meu caro,
Mas estas gentes são ferida aberta
E o sangue escorre-lhes e não cessa”
Então digo:
Onde está a pistola?
E morro
Com o mijo entre as pernas
o cheiro do mar
Hoje cheira a mar
Hum… como cheira a mar
Sinto-me mar, devo dizer
Este mar apazigua-me
Como sempre
Deixando trevas e arvoredos escuros
Olhares ensanguentados de lágrima
Porque cheira a mar
Cheira a falésia
O vento abraça-me
Percorre-me os músculos
Percorre-me todos os dedos
Todos os poros
Todas as partículas deste corpo cansado
Anda vem sentir deste mar
Que adormece teus receios
Vislumbra esta natureza
Que sem palavras ou porquês
Te levita
Te faz dançar com beijos suculentos
Anda vem…
E fecha a Porta!
Anda vem daí
Toca neste mar
Gelado de calor
Quente de maravilha
Respira este mar imenso
Anda vem comigo
Dá-me a tua mão
Vem, vamos submergir neste mar
Sem fim…
Vem sentir a nostalgia cromática
Só aqui a sentes assim
Como a sinto aqui
E gosto dela
Bem tão raro
Mar… como me acalmas
Os sentidos negligentes
Os pensamentos egoístas e grosseiros
Hoje cheira a carícias
Que dançam com a pele dos meus lábios
Hoje cheira a vento irrequieto
Que dança com as ondas
E me dão a conhecer os seus silêncios
De um paladar aguçado
De sereias de corpos celestes
De espelhos de alma latejantes
Anda vem comigo
Sentir a paz de areias e mares
De vento frio agradável
Onde os meus cabelos dançam
Ao sabor dos seus braços
Percorrem-me o corpo
Desde os pezinhos areados
Subindo, subindo
Pele a pele
Do umbigo
Aos seios
Às pálpebras
À respiração dos meus olhos
Como se penas suaves me tocassem
Saboreando a minha alma
Levando-me à emancipação
Onde chego às estrelas cintilantes
E morro com um sorriso
Anda vem comigo
Vem e traz um brilho nos olhos
De um aroma de tacto
E de sombras de um pôr-do-sol
Aqui sabe a paz, cheira a mar
Ouve-se as gaivotas Livres
Aqui sinto a natureza
Sinto Deus
E um breve suspiro de lágrimas secas
Aqui sinto na ponta dos dedos
O novelo da essência da Vida.
Hum… como cheira a mar
Sinto-me mar, devo dizer
Este mar apazigua-me
Como sempre
Deixando trevas e arvoredos escuros
Olhares ensanguentados de lágrima
Porque cheira a mar
Cheira a falésia
O vento abraça-me
Percorre-me os músculos
Percorre-me todos os dedos
Todos os poros
Todas as partículas deste corpo cansado
Anda vem sentir deste mar
Que adormece teus receios
Vislumbra esta natureza
Que sem palavras ou porquês
Te levita
Te faz dançar com beijos suculentos
Anda vem…
E fecha a Porta!
Anda vem daí
Toca neste mar
Gelado de calor
Quente de maravilha
Respira este mar imenso
Anda vem comigo
Dá-me a tua mão
Vem, vamos submergir neste mar
Sem fim…
Vem sentir a nostalgia cromática
Só aqui a sentes assim
Como a sinto aqui
E gosto dela
Bem tão raro
Mar… como me acalmas
Os sentidos negligentes
Os pensamentos egoístas e grosseiros
Hoje cheira a carícias
Que dançam com a pele dos meus lábios
Hoje cheira a vento irrequieto
Que dança com as ondas
E me dão a conhecer os seus silêncios
De um paladar aguçado
De sereias de corpos celestes
De espelhos de alma latejantes
Anda vem comigo
Sentir a paz de areias e mares
De vento frio agradável
Onde os meus cabelos dançam
Ao sabor dos seus braços
Percorrem-me o corpo
Desde os pezinhos areados
Subindo, subindo
Pele a pele
Do umbigo
Aos seios
Às pálpebras
À respiração dos meus olhos
Como se penas suaves me tocassem
Saboreando a minha alma
Levando-me à emancipação
Onde chego às estrelas cintilantes
E morro com um sorriso
Anda vem comigo
Vem e traz um brilho nos olhos
De um aroma de tacto
E de sombras de um pôr-do-sol
Aqui sabe a paz, cheira a mar
Ouve-se as gaivotas Livres
Aqui sinto a natureza
Sinto Deus
E um breve suspiro de lágrimas secas
Aqui sinto na ponta dos dedos
O novelo da essência da Vida.
cárcere
Uma mesa suja
Um lápis carregado
Uma mão negra de sentimento
Uma folha branca
Quero-vos dar a conhecer
O enigma das minhas mãos
E do meu rosto perdido
Algures no canto do meu quarto
Quero-vos dar a provar
Das minhas lágrimas dum azedo doce
Quero-vos dar a sentir
Estes dedos ensopados
De sangue congelado
Comecemos então:
Hoje sou cárcere
A minha alma dança com fresas
Numa arriba desencorajada
Num mar de pedras vivas de cor
E mortas de vida
Meu coração foge da sua sombra sífilis
O meu denodo
Faz-me ver o mundo ao contrário
Onde até os peixes
Estão em pleno estado de esquizofrenia
O meu Equilíbrio
Há muito está enterrado
Nos meus olhos
Cor de cereja
Escarlate, Escarlate…
Onde vincadas estão as minhas unhas
Que teimam em separar-se dos dedos
E da minha saliva?
Que é feito da minha saliva?
Fugiu com pavor das minhas palavras vertidas
Onde a minha fala é audaz
Mas dança com suspiros
De nuvens brancas
Do meu medo
Só o meu pânico se preocupa
Medo e Pânico
Unha com carne
Sestas viscosas de respiração sois
Amam às flores do seu jardim
E matam os bichos-da-seda
Interrompem a metamorfose das borboletas
Deixando-as em larva
Patenteiem juízo!
Cessem-se num caixão branco!
Enterrem-se na lama dos meus olhos
Despertos
Sem sono
Sem sonho
Puta da sangria
Da minha alma
Vê se respiras morangos e laranjada
E dás boa noite ao teu cárcere.
Um lápis carregado
Uma mão negra de sentimento
Uma folha branca
Quero-vos dar a conhecer
O enigma das minhas mãos
E do meu rosto perdido
Algures no canto do meu quarto
Quero-vos dar a provar
Das minhas lágrimas dum azedo doce
Quero-vos dar a sentir
Estes dedos ensopados
De sangue congelado
Comecemos então:
Hoje sou cárcere
A minha alma dança com fresas
Numa arriba desencorajada
Num mar de pedras vivas de cor
E mortas de vida
Meu coração foge da sua sombra sífilis
O meu denodo
Faz-me ver o mundo ao contrário
Onde até os peixes
Estão em pleno estado de esquizofrenia
O meu Equilíbrio
Há muito está enterrado
Nos meus olhos
Cor de cereja
Escarlate, Escarlate…
Onde vincadas estão as minhas unhas
Que teimam em separar-se dos dedos
E da minha saliva?
Que é feito da minha saliva?
Fugiu com pavor das minhas palavras vertidas
Onde a minha fala é audaz
Mas dança com suspiros
De nuvens brancas
Do meu medo
Só o meu pânico se preocupa
Medo e Pânico
Unha com carne
Sestas viscosas de respiração sois
Amam às flores do seu jardim
E matam os bichos-da-seda
Interrompem a metamorfose das borboletas
Deixando-as em larva
Patenteiem juízo!
Cessem-se num caixão branco!
Enterrem-se na lama dos meus olhos
Despertos
Sem sono
Sem sonho
Puta da sangria
Da minha alma
Vê se respiras morangos e laranjada
E dás boa noite ao teu cárcere.
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